terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Compriiiiiido...

Olá!

Por motivos alheios à gerência deste blog, o presente post tem alguns dias de atraso…ainda assim, peço desculpa por ter passado tantos dias sem te dar notícias. Foram várias as razões mas a mais forte foi mesmo a morosa saída de Auckland. E, se a entrada na NZ não é um processo fácil, principalmente quando se é ligeiramente menos branco que um Britânico, a saída para as centenas de passageiros do LAN 800, com destino a Santiago de Chile, foi ainda mais complicada…e 95% eram bem mais escuros que os súbditos de Sua Majestade!

Despedi-me da Michelle no aeroporto de CHC às 10h da manhã de Domingo de dia 2 de Dezembro. Ao fazer o check-in foi-me dito que o voo para Santiago estava atrasado mas não sabiam quanto – quando chegasse a Auckland deveria dirigir-me ao quiosque da Quantas para saber ao certo.
Assim fiz; depois de uma agradável viagem de avião, de ir pelo meu próprio pé desde a aeronave até ao edifício do aeroporto (pelo menos aqui não temos que andar 30 metros de autocarro como na Portela) e de uma caminhada de 15 minutos entre o terminal doméstico e o internacional, tive a notícia de que o voo estava adiado para as 4h30 da manhã (um bocadinho depois de “o passarinho” alentejano cantar)! Para nos compensar, a LAN Chile reservou-nos quartos num hotel no aeroporto e incluiu neste pacote o almoço e jantar de Domingo e o transporte para o terminal, às 2h40 (um bocadinho antes das “3 da manhã hey”!).
Assim sendo, acabava de ganhar uma tarde de passeio em Auckland, embora o tempo não estivesse para passeios – chovia e não estava propriamente quente. Ainda assim resolvi meter-me no aerobus Express e ir conhecer a SkyTower, o edifício mais alto do hemisfério Sul! A viagem até ao centro da cidade demorou cerca de 1h e não era propriamente bonita mas…quando estava a ficar cansada de ver km de casas de habitação ou lojas de materiais de construção lá apareceu o centro de Auckland, o cais dos ferrys e, finalmente, a bendita torre.

Num dia mais descoberto e com um nadinha de sol a paisagem deve ser bem mais bonita...mas ainda assim...nada mau, hem?! A "linha" que vês na foto é um dos cabos do Bungy jump mais alto da NZ (isto de ter o maior de tudo faz-me lembrar um outro lugar, verdinho, pequenino e exactamente do lado oposto do mundo!). Pois...mas não saltei! Talvez num dia com mais sol e calor e num que não tenha como limite inferior uma plataforma de cimento e como "margens" prédios de ferro e betão. Desta vez, deu-me para as fotos "com ângulo"!

Depois de uma espécie de noite de sono lá fomos para o Aeroporto…mas a Alfândega ainda estava fechada, tal como todos os outros serviços; assim sendo, não percebo porque não nos deixaram ficar no hotel mais meia-hora em vez de a aguentarmos em pé, numa fila a olhar para as grades que nos separavam do nosso destino final. Da mesma forma, não entendo o porquê de pagar uma taxa de saída do país quando dificultam tanto as coisas na entrada – afinal, querem ou não querem pessoas nesta terra?! E esta taxa paga a utilização de alguma coisa?! É que se for uma taxa de consumo de recursos apenas 25NZD não fazem sentido…enfim, deve ser mesmo só para garantirem que “compramos” qualquer coisa no duty free, já que a taxa é livre de impostos (confuso, não?!). Para acrescentar ao já muito que “não entendo” neste país, não me carimbaram o passaporte na saída…perguntei e, é mesmo assim…são mesmo ao contrário!

Com mais uma hora de atraso em relação ao previsto lá partimos para Santiago. O avião não era grande coisa – como disse um Brasileiro assim que entrou, “nem tem tv no assento da frente!”; bem pior foi não ter escovinha e pastinha de dentes e as meinhas de lã para dormir…ou darem-nos talheres de metal nas duas refeições…

Atravessei a Date line, aquela que nos diz que à direita é passado e à esquerda presente (ou que à direita é presente e à esquerda futuro, se preferires) durante o meu sono de 6 horas e, portanto, quando acordei era ontem! O longo tempo de espera pela bagagem e a viagem do aeroporto até ao hotel permitiu algo ainda mais curioso – um duche no mesmo dia e à mesma hora mas noutro local, ou seja, dois duches no mesmo tempo, dois espaços!

Acordei cedinho e cheia de energia para caminhar por Santiago. Não tinha grandes expectativas, todos que a conhecem e me falaram dela pareciam não ter grande opinião. Fui surpreendida pela positiva! Achei uma cidade muito bonita, contrastante entre o Europeu dos edifícios mais antigos, muito Italianos ou Franceses no estilo e decoração, e os Barrios tipicamente Sul-Americanos cheios de cor e de vida – gente a falar, música na rua, lojas cheias e, claro está, gente que está "apenas ali” - deitada nos passeios, sentada nos bancos e a dormir nos parques.

Lembrou-me Paris, pelas varandas, lembrou-me Barcelona, pelas paredes com arte, lembrou-me Havana, pelo colorido, lembrou-me Roma, pelas praças; mas nada como veres com os teus olhos, através dos meus…

...o Cerro San Cristobal...

...as cabinas de telefono... ...a Plaza de Armas... ...los Correos... ...a igeja de Sta. Ana... ...o Mercado Central (que tem restaurantes no interior em vez de bancas)... ...um dos centros culturais...

...e as ruas e Barrios...








Atendendo a uma boa recomendação (Obrigada!) fui ao interior dos Correos de Santiago ver as cartas que as crianças Chilenas deixam ou enviam ao Viejito Pascuero a pedir os seus presentes de Natal. Apesar de “a época oficial de consulta” só abrir no dia seguinte, a “ajudante principal” do Viejito deixou-me consultar a já enorme pilha de cartas e escolher a que quisesse. Fiquei lá cerca de uma hora a ler...e de uma pré-selecção de 10, acabei por escolher duas – não me consegui decidir qual era mais merecedor…talvez porque, no fundo, todos merecessem ter o que pedem. Achei que esta era uma boa oportunidade de, de alguma forma, retribuir ao Mundo a “sorte” que tenho e que sempre tive – só agradecer todos os dias por isso, por estar a fazer esta viagem e a viver tantas experiências, deixou de me parecer suficiente...

Apesar de ser tudo muito bonito, a melhor vista da cidade e de como está encaixada nos Andes é a que se tem do Cerro San Cristobál

E com uma cidade assim... até a Senhora canta!





Se já queria conhecer Valparaìso, o deserto de Atacama, a ilha da Pascua e a Patagónia, acabo de acrescentar à lista “Santiago no Inverno, quando os Andes tiverem neve”. Não que tenha saudades de neve…afinal ainda nem há três dias deixei os Alpes do Sul. Mas para esta viagem, assim como para tantas outras, espero a tua companhia aqui, ao pé de mim e não só na "caixinha".
E hoje até te deixo um sorriso meu, "de topo"!
Bem, “bons ares” me esperam aqui ao lado e com mais tempo para te mostrar ainda mais do que há pelo (meu) mundo.

Mas, antes de me ir embora, será que me podes ajudar a decifrar o que é uma “sastreria”?!
É que não faço mesmo ideia mas como não estava propriamente bem situada não arrisquei ir espreitar pela vitrine…

Beijinhos

PS – o colar transformado em tiara em Auckland foi inspiração da Cleópatra (acho eu) a minha companheira nesta parte da volta…Darwin já está velhote e metade do mundo foi demais para a sua frágil saúde; ficou em casa, no campo, a descansar.

2 comentários:

I disse...

Absolutamente fabuloso!!! E afinal é mesmo verdade que o tempo é pura ilusão?!! Podemos então viver mesmo realidades paralelas?? Adorei!!! Muitos milhões de beijinhos!!!!!

Unknown disse...

Desculpa a minha falta de visitas ao teu mundo...lol
Tb nao sei o q quer dizer vou investigar...
Enxames de galáxias de beijinhos para ti.