Mas já que o que mais interessava para estas conversas contigo já existe, vamos então à razão que te trouxe aqui: saber de mim e da viagem. Sabes...não tenho feito muito mais do que tentar "estabelecer-me", comprar coisas que preciso, entrar no esquema dos horários de tudo, trabalhar um bocadinho para que a consciência não me pese mais que mala de viagem e, no tempo que me sobra, conversar com as minhas companheiras de casa, fazer o jantar perto das 18h (aprendi a gostar de jantar cedíssimo)...enfim, viver à lá Kiwi. Mas vou contar-te o meu fim-de-semana.
Pois bem, aqui em Yale Street, o Halloween chegou mais cedo e a festa foi no sábado, dia 27. Tal como o Natal, esta festa também se faz quando o Homo sapiens quiser (nos dias que correm não sei se merecemos o H maiúsculo e, por isso, optei pelo nome específico) e, aqui, quis-se no sábado. A noite de sexta-feira foi passada a fazer os fatos - eu recortei o tecido, o papel e a esponja, elas coseram à máquina. São muito prendadas as minhas companheiras - cosem, tricotam, fazem crochet, cozinham bem e fazem bolinhos, bolões e muffins! E eu?! Ah, eu bordo ponto cruz, mas não se pode espreitar o avesso, e cozinho pratos vegetarianos que nem sempre são "bons" e...bem, posso sempre tentar aprender estes das minhas companheiras, claro.
Mas voltando à festa, e depois de feitos os fatos, foi dia de ir às com
pras para a festa, fazer bolos e
snacks, e decorar a casa.
Havia de tudo - comida com ar nojento, comida que imitava pedaços de cérebro, olhos espalhados, teias de aranha com a respectiva dona, um enforcado no alpendre (que aliás passou o dia a assustar-nos!), escorpiões, sangue, luzes vermelhas e claro, as máscaras!
Mas a minha comida preferida da noite foi a desta foto...lembrou-me outros bichos, outras festas, outras andanças, botas de borracha, sondas embrulhadas em plástico, mãos limpas e sujas, noites bem passadas...
Mas então e as máscaras?! Pois...não eram bem típicas de
Halloween. A Michelle está encantada com uma ave de seu nome
Booby e...enfim...vestimos umas coisas redondas, cor-de-rosa, bastante sugestivas, e colocámos bicos e patinhas; cada uma representava uma espécie e, bem, agora segue-se uma imagem
sexy!Que tal?! Giras,
hey?! Cada uma tinha também um mamilo diferente - o meu brilhava (claro, pensarás tu!). Foi muito mais divertido fazê-los do que usá-los...não dava jeito nenhum andar pela casa com uma mama gigante a envolver-me, não conseguir baixar-me com facilidade nem chegar aos comes e bebes mas a pior parte foi a ida ao WC...mas disso não te vou dar detalhes.
E assim chegou Domingo, cheio de Sol mas com frio (11ºC) e eu cheia de preguiça de fim-de-semana mas com muita vontade de passear. Panqueca de queijo na barriga, sapatos de caminhar léguas nos pés, casaco "vento passa por outro lado", óculos de sol e lá fui, finalmente, ver o centro da cidade.
Descobri que não tenho paciência para esperar pelos autocarros nesta cidade e, portanto, andei, andei, andei e lá cheguei. Comecei por entrar no Jardim Botânico mas como só fechava meia-hora depois do sol se pôr e aqui o sol se põe às 20h30, dei um quarto de volta e fui até à Catedral. A praça é, de facto, muito bonita, com todos os edifícios de 1800 e troca o passo ou 1900 e pouco e uma escultura mais moderna, "o Cálice", que simboliza a entrada no novo milénio.
Havia gente a jogar no xadrês gigante e lembrei-me, com saudades, de todas as vezes que tentei aprender...
E, claro está, entrei na catedral. Tem uns vitrais muito bonitos, que infelizmente, nunca ficam bem em fotos, e uma mistura de mosaicos de várias "tribos" nas paredes; nada de "santinhos", só padrões, carregadinhos de simbolismo.
Mas sabes qual o maior símbolo?! A Águia do Benfica! A sério! Ora vê! Até que enfim lhe deram um lugar dentro da Catedral!
O Sol quentinho e a preguiça de Domingo à tarde obrigaram-me a dar uma voltinha no Tram. Mas foi uma voltinha muito cara - por 20 minutos e 3 quarteirões paguei 14 NZD (cerca de 7 EUR)...esta ainda não consegui engolir bem...De qualquer forma foi uma voltinha numa transporte histórico, com mais 200 anos que eu e...enfim, não me enganam mais porque está "andado"! Era um
de Christchurch, só me falta a gôndola e a Canoa mas tenho que me curar desta memória...valeu a foto, de "se pôr o chapéu".
que estava desta "voltinha" de desilusão, resolvi seguir um dos percursos indicados num qualquer panfleto que retirei de um expositor no centro comercial e...bem, também o fiz num instante! É pequenina
...ou eu ando muito...uma destas hipóteses. Mas deste passeio já gostei mais - fui lendo e vendo as fachadas dos edifícios de interesse, quase todos do século XIX, fui vendo as ruas e as pessoas, fui andando, andando, andando.