sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Blue as they can be

Hey Mate!

Today was another great day out there in the sun, hey! (Aussies - OZs, as they like to nickname themselves - always put an "hey" in the end when they want to emphasize something)

Ah, ah, pensaste que ía escrever em inglês?! Pensei nisso mas...a minha língua é o Português! e se não mantiver contacto com ela através do que te escrevo acho que rapidamente começarei a dar erros atrás de erros e a esquecer como se escreve isto ou aquilo. Portanto, cá vai mais um...

Hoje foi um dia diferente, espectacularmente diferente - fiz um passeio guiado (viste que até nem escrevi tour!), num grupo de 20 pessoas pelas Montanhas Azuis. OOOOPS esta não era para traduzir...pelas Blue Montains. Mais uma vez, calhou-me um grupo multi-nacional: 5 Americanos, 1 Inglesa, 7 de algures no Norte da Europa, 2 Espanhóis e euzinha!

Os Americanos são sempre excelentes pessoas para ter como companhia nestes passeios...perguntam tudo, não param de falar e assim mantêm a malta animada...quanto mais não seja porque perguntam coisas do arco da velha. Só para dar um exemplo dos muitos de hoje - "are there aborigenes in other parts of the world?"

A primeira paragem foi para um chazinho/cafezinho instântaneo acopanhado de biscoitos de manteiga no meio de um parque de piqueniques ao pé do rio Nepean (é pronunciado como n' pee - xixi não, em inglês!)...foi um cenário agradável para a cobrança dos 68AUD do passeio e uma forma de confortar os estômagos depois de uma hora de viagem.

Iniciámos então a subida para as Blue Montains, consideradas património natural da humanidade e percebe-se porquê! Fomos a um dos topos destas "montanhas" (já explico as aspas) chamado Kings Tableland por ser, de facto, uma espécie de mesa - achatado e parcialmente suspenso do resto da montanha mas com uma vista espectacular sobre o vale e tudo o que a vista conseguia alcançar neste dia particularmente blue.


Espectacular o cenário, não achas?! Mas...não são lá muito azuis pois não?! E...também não são lá muito montanhas, pois não?! Pois não. Ao contrário de outras montanhas, estas não se levantaram, o mar é que baixou e, por isso mesmo, os topos são planos e não "em bico" como é costume. E o azul...bem, se olhares para as mais longínquas consegues ver um certo tom azulado...com boa vontade, vá lá...
A vegetação dominante é o Eucalipto e das suas folhas "emana" um óleo que apenas deixa que se passem os raios azuis do sol (em vez dos de todas as cores como acontece com a água) e por isso parecem azuis.
Estas montanhas são apenas de areia...não há granito nem qualquer outra rocha "dura" por assim dizer e, por isso, a água tem feito esculturas lindíssimas nas falésias e nos caminhos, como esta!
E algumas pessoas também não resistem à escrita...esta aqui em baixo não fui eu (porque é proibido!) mas poderia ter sido...podiam era, já agora, ter terminado o ano...só faltou mesmo "07" e estava perfeito!

Deixámos a mesa do rei e passámos aos jardins...Wentworth Waterfalls, assim designado por Charles Darwin (sim, o da Evolução!) e descrito pelo próprio como um living laboratory quando por aqui passou numa das descidas do Beagle. Que honra estar num local pisado por ele! E o que é mais curioso é que ando a ler o "Pecado de Darwin", que conta, entre outras coisas a viagem do Beagle, e, portanto, daqui a alguns capítulos devo voltar aqui!



Aqui nesta "ilha tão grande que até é um continente" há sempre coisas diferentes a descobrir. No outro dia falei-te em raposas voadoras; hoje falo-te em árvores que até agradecem quando há um incêndio porque assim lá conseguem perpetuar os seus genes. Não me recordo do nome da árvore, é pena, mas o mais interessante é que estas sementes castanhas só abrem quando é atingida uma temperatura mesmo MUITO elevada. Apesar dos 27ºC de hoje, ainda estavam fechadinhas...



A próxima paragem foi o Scenic World em Katoomba. Esta foi, em tempos de carvão, uma cidade mineira mas neste momento a sua principal atracção é a formação rochosa chamada Three Sisters. É possível vê-la do café do parque temático mas nada como apanhar o teleférico panorâmico para baixo (o mais inclinado do mundo), caminhar na floresta tropical, tirar uma foto das ditas irmãs no Echo Point e subir no Red Devil (o comboio mais inclinado do mundo), pela módica quantia de 19AUD... vale a pena! Tudo! As irmãs são mesmo algo de único, mesmo para quem não aprecia pedras, mas a viagem no comboio...vê o filme para teres uma idéia...




Depois de tanta emoção já merecíamos uma "buchazinha". Fomos a Leura (diz-se com pronúncia Madeirense "Lura"!), uma cidadezinha com uma chocalateria famosa (Cafe Josophan's, com chocolates mesmo muito bons) e uma loja de doces de todo o mundo (The Lolypop Shop, que até tinha ursinhos Haribo!) celebra o Natal em Julho, quando está frio para terem um Natal mais real! E colocam decorações, árvores de Natal e tudo! Lá se vai a originalidade de Alfarim, que só o atrasa um dia...
Além de tudo isto, Leura tem ainda uma outra coisa que devia ser importada para todos os centros comerciais e baixas de todo o mundo:
De barriguinha cheia fomos procurar Kangaroos. Começámos pelos mais fáceis - os que foram gravados nas rochas pelos Aborígenes para indicar sítio de passagem destes animais ou um bom lugar para os caçar! Estão um bocadinho escondidas estas inscrições mas, felizmente, tínhamos connosco alguém que sabia como as revelar!














Mas não era bem isto que queríamos ver e tu também não estavas à espera deste tipo de Kangaroo...vai daí que fomos a casa deles, apanhá-los no sofá a dormir a sesta ou a lanchar!


Espectacular! E deu para chegar tão pertinho! Ao início estava complicado...como se não bastasse não estarem "à vista" como no Zoo, o guia disse aquela que para mim é a frase paralizante - stay out of the tall grass, ther are snakes around here and you don't want to disturb them. Remédio santíssimo para mim...deixei a malta procurar os pugilistas e eu fui só vendo onde punha os pés, e sempre em erva rasteirinha.
Mas lá estava este amigo, deitado à sombra e outros dois amigos uns metros à frente do autocarro, dispostos a tirar umas fotos apesar do intenso calor!

Houve quem conseguisse ver um Joey na bolsa da mamã mas eu não tive essa sorte e, ao que parece, eles estão mais tempo escondidos do que à varanda - é mais imagem de marketing do que realidade.

E por falar nisso, sabias que kangaroo em aborígene significa "não entendo o que dizes" e portanto quem lhes deu o nome foi um explorador de James Cook? Os Aborígenes chamavam-lhes Boroos.
O passeio terminou com um cruzeiro pelo porto de Sidney, desta vez vindo de Norte, e que deu para apreciar as "casinhas" junto à água com garagem para o iate. Diz lá que te importavas...

E o dia acabou também de uma forma fantástica - Aussie Burger e copo de um dos melhores vinhos tintos Australianos Jack's Creek Reserve naquele que é o melhor lugar para jantar sozinho porque nunca se está só, o Hard Rock Café!
Beijinhos, Mate!
Joana
PS1 - na viagem de hoje ía um Sr. com 80's que desceu sempre do autocarro, procurou Kangooroos e até teria feito muito mais, não fosse a limitação de tempo! Mas o mais espectacular é que este jovem de Chicago anda a viajar pela Austrália de mochila às costas e fica em Youth Hostels. A prova de que nunca é tarde!
PS2 - O colar verde...

3 comentários:

I disse...

Ena! Ena!!!!!! Que lindo pá!!!!! :) se encontrares esse americano outra vez, e ele te perguntar outra vez: are there aborigenes in other parts of the world?" diz-lhe que sim, uns mais amistosos que outros mas sim :P!!! ou responde-lhe Kanguroo!!!!! :)

mariaquerido disse...

Olá! Pensava eu que era uma grande viajante! Depois de ver as aventuras em que andas metida, sou uma mera amadora. Continua, estou a gostar de viajar contigo. beijocas...

Elementos disse...

Saudades tuas. Gostava de ter provado esse vinho contigo. Talvez o efeito fosse parecido com o do outro...
Beijinho pra ti