quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Um blog de Natal

Aposto que, por esta altura, já te tinhas perguntado se o frio e a neve me teriam transformado em estátua nos últimos dias em New York...

Esteve, de facto, muito frio! Mas os últimos dias foram mais uma prova de como "deves ter cuidado com o que desejas pois pode ser-te concedido" - vi o Central Park exactamente como o tinha sonhado! Coberto de um manto branco, num dia de sol, a ouvir Jingle bell, jingle bell, jingle bell rock enquanto tentava equilibrar-me a andar sobre o gelo, sem patins e sem cair. E se já tinha sido complicado chegar ao varandim sobre a pista de patinagem, patrocinada por Mr. Trump, para umas belas gargalhadas matinais com alguns artistas que davam os seus primeiros passos nos desportos de inverno,
atravessar The Mall até chegar ao lago foi uma epopeia!
Os "risquinhos" que vês no chão, deixados pelo carrinho do segurança ao passar diversas vezes, indicavam a forma mais segura de lá chegar mas...além de estreitos e pouco numerosos tinham que ser divididos por algumas dezenas de pessoas que viajavam nos dois sentidos! Foi moroso mas consegui e sem cair, apesar das inúmeras escorregadelas.

A fonte estava parada e em recuperação arquitectónica mas estes amigos não pareciam achar a água nada gelada...
...e eu, apesar de começar a deixar de saber quantos dedos tinha nos pés, não pude deixar de atravessar os "Campos de Morangos"...
...a caminho do American Natural History Museum.
E se o Empire State Building não me tinha encantado tanto quanto o esperado, este museu desiludiu-me mesmo. É muito grande e tem uma imensa colecção de estátuas, estuetas, amuletos, artefactos, vestimentas, ferramentas e palamentas de todos os povos "antigos" de todos os cantos do mundo (sempre achei curioso isto dos cantos numa esfera!), mas, todos os outros componentes da Natureza, ficaram reduzidos a bichos embalsamados e, literalmente, pregados nas paredes, a uns quantos dispositivos interactivos sobre quem vive nos solos e, claro está, ao típico esqueleto de Dinossauro no hall de entrada. Por incrível que pareça, o que mais gostei de ver foi a árvore de Natal decorada com figuras mitológicas em Origami.
Depois de duas horas de História Natural, e de uma outra dentro do seightseeing bus no trânsito de NY, foi a vez de "circular" pelo Guggenheim.
E este sim! Além da fabulosa arquitectura, que facilita a visualização e a caminhada desde o primeiro ao último andar, algumas das obras expostas são mesmo muito diferentes - por exemplo, um enorme quadro laranja com uma piada escrita a negro. Infelizmente, neste não se podia fotografar...a que vês em cima valeu-me um ralhete do segurança mas, não resisti!

A noite caíu enquanto desci a Broadway para ir, finalmente, experimentar o "melhor cheesecake do mundo" no restaurante Juniors. É bastante original porque não tem a bolachinha por baixo nem o doce de frutos por cima - é mesmo só o cheese do cake! Para quem não apreciar a bolacha nem os frutinhos, deve de facto ser "o melhor do mundo"; Sim, era muito muito bom mas...o que comi em Buenos Aires agradou-me mais e não lhe faltavam peças.

Depois de mais uma noite de sono, a última em solo Americano, e de arrumar a mala pela última vez, desta vez, saí do Hotel, na gelada manhã de terça-feira em direcção ao Pier 83 na 42nd St. para fazer o meu cruzeiro de 2h pelos rios Hudson e East e ver Miss Liberty, de perto.

Talvez fosse por ter gostado tanto de NY, achei que a luz dessa manhã estava esplêndida para as fotos de toda a cidade e que, mais uma vez, uma "mãozinha" me tinha feito deixar para último este seightseeing no rio...
...e, ao fim de meia-hora lá estava ela, a pequena grande maravilha do mundo - Miss Liberty!Fotografei-a de pertinho e de bem mais longe, com uma moldura especial...
...notei que, apesar de "o colar" estar presente noutras fotos, não se notava dado o enorme volume de agasalhos!

E a viagem continuou, deixando o rio Hudson e entrando no East...
...passando as pontes de Brooklyn e Manhattan...
...e permitindo uma fantástica foto dos 5 "picos" de NY!
O regresso foi muito mais calmo, a ouvir as estórias do guia acerca de onde se deve comer em NY e de quantas doses se deve encomendar...
Acostámos às 12h, o que me deixava com apenas 3h30 para chegar ao Metropolitan Museum (Met para os amigos), ver o que tinha a ver, e voltar ao hotel à hora marcada com o shuttle service para o aeroporto. Ao que parece, não era a única com tempo contado ao minuto pois todos os outros turistas se apressaram a sair, atravessar a estrada e "marchar" até ao Subway mais próximo - alguns até pareciam ir com o passo acertado!
Consegui não me perder nas inúmeras linhas de metro e comboio de NY, apesar de ter levado algum tempo a verificar se qualquer linha 6 ou 4 em direcção ao Bronx parava na estação desejada. Cheguei ao Met às 13h e, em apenas 2h, ainda consegui ver o verdadeiro túmulo Egípcio numa das alas...
...e a colecção de cromos de Baseball antigos, alguns avaliados em várias centenas de USD.
Ainda tive tempo de ver as galerias de arte moderna e as de mobiliário e decoração Americanos e Europeus mas...em tão pouco tempo não se consegue ver nem metade do Met, apesar de muitas galerias estarem fechadas para remodelação; é, de facto, um museu colossal - para que tenhas uma idéia, numa das alas cabe uma réplica do interior de um palácio Europeu.

Ainda caminhei a passo turístico pelo Central Park no caminho de volta ao hotel mas quando olhei para o relógio e vi que eram 15h15 tive que ligar todos os motores dos sapatos para fazer 30 quarteirões em menos de 30 minutos...consegui, mas tive que desrespeitar uns quantos sinais vermelhos para os peões.
No hotel esperei e desesperei pela chegada do Shuttle, que se atrasou "apenas" 1h, mas todo o resto do processo de saída de NY foi bastante rápido e, passadas 9h de vôo, com uma longa escala em Madrid, aterrei naquela que é a melhor cidade do mundo - a minha Lisboa!
Não é maravilhosa como o Rio, nem magnífica como NY, nem limpa como Sidney, nem segura como Christchurch, nem musical como Buenos Aires, nem branca como Santiago, nem moderna como Hong Kong ou animada como Macau mas é Linda!
E depois de ter subido montanhas e pontes, viajado de avião, comboio e navio, caminhado km, ter gelado e abafado e visto o maravilhoso e o horroroso, posso afirmar-te que não há mesmo melhor sensação do que voltar a casa. E de todas as pessoas que fui conhecendo pelo caminho guardo imagens, memórias, lições de vida, além de números de telefone e endeeços de e-mail, mas a mais fantástica esteve sempre comigo, na "caixinha", e agora voltei para perto dela - sim, és mesmo TU!

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